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Dia Mundial da Doença de Alzheimer

 

Yone Kotinda

 

Professora aposentada e voluntária da ABRAZ – PR Sub Regional Londrina
O dia 21 de setembro, que é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer (DA), foi o motivo para a Associação Brasileira de Alzheimer e Doenças Similares (ABRAz) – Regional Londrina, organizar nessa data uma atividade de confraternização entre cuidadores, portadores da doença, familiares e colaboradores, conforme reportagem no próprio Jornal de Londrina. Foi uma celebração à vida, mostrando aos cuidadores e familiares que existem, sim, muitas pessoas que se importam, que são solidárias com seu sofrimento.


Imaginem uma pessoa inteligente, querida, que começa a perder a memória, a perder a noção de tempo e espaço, a ter distúrbios de comportamento, de forma lenta e gradual, tornando-se cada vez mais dependente. Imaginem os familiares e cuidadores vendo aquela pessoa inteligente, querida, desaparecendo aos poucos, se deteriorando vagarosa e irreversivelmente.


Como não existem testes ou exames específicos para o diagnóstico, que é feito por exclusão, estes sinais são facilmente confundidos como parte do processo do envelhecimento, quando na verdade a DA é uma doença neurológica degenerativa, progressiva e irreversível.


A porcentagem da população com DA vai de 1% aos 60 anos até 40% entre aquelas com mais de 80 anos. No Brasil, estima-se que entre 850.000 a 1 milhão de pessoas tenham a doença de Alzheimer. E este número tende a aumentar, com o aumento da população idosa. Somente na região de Londrina, existem cerca de 2.000 portadores da doença, além de cuidadores e familiares, que precisam de uma rede de apoio. Esta rede de apoio é desenvolvida pela ABRAZ – Regional Londrina, que realiza ações importantes, como palestras mensais sobre diferentes aspectos da doença de Alzheimer, apoio emocional aos cuidadores, orientação individual por telefone, orientação para conseguir medicação gratuita pelo SUS, cadastro de profissionais que prestam serviços como cuidadores, bem como fornecimento de material informativo sobre DA.


Impressiona a capacidade de trabalho e de organização dessa rede, que conta, basicamente, com a disponibilização de pessoas (ainda poucas) que se dispuseram a mobilizar tudo ao seu alcance para que os portadores de DA e cuidadores se sintam menos sozinhos em seu sofrimento. E essa capacidade de organização seria aumentada se dispusessem de ajuda mais concreta, como uma sala para centralizar as suas atividades.


A primavera simboliza o renascer da vida. Que possa simbolizar também o renascer de uma nova forma de encarar a DA, que não justifique uma atitude fatalista e passiva por parte de cada pessoa, jovem ou idosa. Que seja o tempo de iniciar novas ações para mudar o cotidiano dos portadores de DA e seus cuidadores. Que seja o tempo de doações concretas, porque, como diz a ABRAZ: “Não há tempo a perder e a luta deve ser em conjunto”.

Fonte: Jornal de Londrina

Data: 25/09/2004