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Fragmentos de vida: Da velhice projetada e da velhice vivida
Lúcia Helena da Silva Zani – pesquisadora mentora Vera Lucia Valsecchi de Almeida - vlvalsecchi@uol.com.br
Ao coletarmos alguns depoimentos de idosos no Centro de Convivência Anos Durados, em São José dos Campos (SP), tivemos a oportunidade de ouvir a fala de alguns deles que trouxeram lembranças das suas experiências de vida. Destacamos um pequeno fragmento da fala de duas senhoras e de um senhor com idade entre 68 e 74 anos, por nos fazer compreender melhor essa etapa da existência humana:
Velhice projetada
- Meu único objetivo era não morrer antes de criar meus filhos, acreditava que sessenta anos era o suficiente para realizar meu sonho.
- Tenho memória fraca, sofro de depressão por te sido abandonado pela minha esposa, ninguém poderia fazer-me sentir vontade de viver.
- Eu nunca soube o que é o amor, quarenta anos casada, lembro-me hoje sem arrependimento.
Velhice vivida
- Lembrança, aos setenta e quatro anos, com projetos e sonho, fui pedida em casamento, estou pensando o que vou fazer nos próximos vinte anos ao lado do meu amor.
- Vivo os melhores anos de minha vida, ao lado de meus filhos e amigos, atribuo o envelhecer saudável a todos os profissionais que acreditam no idoso. E deve ser amplamente divulgada para que crianças, jovens perceba que envelhecer é uma dádiva, é importante registrar essa etapa da nossa vida.
- O lugar inesquecível, ele me esperando igual adolescente, o encontro, o coração disparando de alegria, prazer e emoção, um olhar de cumplicidade, um suspiro, ele sussurrando é um amor velho, eu digo pode ser uma paixão antiga, ele diz é um amor antigo, pela primeira vez aos sessenta e oito anos sou beijada ardentemente no pátio do colégio quando estava comemorando os quatrocentos e cinqüenta anos de São Paulo, jamais esquecerei esse momento. Fica uma lição de vida a todos, que envelhecer faz bem para a alma e para o coração. |
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