|
||
|
O idoso e a criança: O contar histórias foi tema da dissertação de Maria de Fátima de Jesus Agostinho Ferreira, recentemente defendida no Programa de Gerontologia, da PUC-SP. A pesquisadora abordou a relação que se estabelece entre idosos e crianças, participantes da atividade “contar histórias”, em espaços públicos e privados, enfocando questões inerentes ao processo de envelhecimento e entendendo que a velhice não constitui o “fecho final” da existência humana, mas uma fase de descobertas e possibilidades de participação e enriquecimento vivencial. A pesquisa foi realizada com oito contadores de histórias idosos, através de seus depoimentos, que atuam em creches, escolas, hospitais, bibliotecas e comunidades. As falas desses contadores de histórias foram confrontadas com quatro categorias de análise: envelhecimento e velhice, relacionamento intergeracional, contar histórias e sociabilidade. A pesquisa mostra como resultado que o relacionamento intergeracional é um caminho para a preservação da cultura, compreendendo-se esta como a troca de significados e a preservação de símbolos, necessários à sobrevivência humana. Agostinho Ferreira assinala que a partir dessa experiência entre idosos e crianças, é possível compreender que o significado da relação se estabelece por intermédio das memórias individuais e coletivas, mediadas pela sociabilidade, constituindo-se em processo educativo mútuo, em sentido amplo. E conclui que, em nossa cultura ocidental, os valores relacionados ao contato entre velhos e crianças remetem a questões cruciais, tais como: a pertinência do respeito à sabedoria preservada pelos idosos e a construção de seu diálogo com as novas gerações. |