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Transplantes inéditos de células curam diabético Num procedimento revolucionário, médicos britânicos injetaram no paciente células do pâncreas de três doadores Nigel Hawkes escreve para “The Times” Pela primeira vez, um paciente diabético na Grã-Bretanha foi completamente curado por uma revolucionária operação de transplante. Richard Lane, de 61 anos, foi capaz de abandonar as injeções diárias de insulina que tomou nos últimos 28 anos graças aos transplantes de células de pâncreas de três doadores. Ele é o terceiro paciente a ser tratado no King´s College Hospital, em Londres, com o uso uma técnica desenvolvida na Universidade de Alberta, no Canadá, por um especialista nascido em Leeds, James Shapiro. Os dois primeiros casos foram apenas parcialmente bem sucedidos, reduzindo, mas não eliminando, a necessidade de insulina. No entanto, no caso de Lane o sucesso foi total. 'Isso é muito excitante', disse Stephanie Amiel, consultora de diabete no hospital. 'As implicações para o futuro são enormes.'
Ilhotas Durante muitos anos, ele conseguiu controlar a doença e teve uma carreira brilhante como sócio na firma de contabilidade BDO Stoy Hayward. 'Cerca de quatro anos atrás, começou a fugir do controle', contou Lane, anteontem. 'Colocaram em mim uma bomba de infusão que funcionava 24 horas por dia e automaticamente me dava uma dose de insulina a cada 6 minutos, com uma grande dose durante as refeições. Mas isso começou a falhar também.' No segundo semestre do ano passado, deram-lhe a chance de um transplante de ilhotas. No mundo todo, houve várias centenas de procedimentos como esse, que consiste em tirar as células ilhotas do pâncreas de um órgão doador, purificá-las, prepará-las e então injetá-las no fígado do paciente em uma operação que leva cerca de uma hora e é feita com anestesia local. O fígado é preferido, no lugar do pâncreas, porque é facilmente acessível e se descobriu que as células ilhotas sobrevivem ali e produzem insulina, permitindo que o fígado funcione como um pâncreas de reserva. A experiência mostrou que cerca de 1 milhão de células ilhotas são necessárias para o transplante, o que exige mais do que um pâncreas doador. No caso de Lane, ele passou por três operações, as duas primeiras em outubro e a terceira no fim de janeiro. _______________________________ Fonte: O Estado de S.Paulo, 10/3/2005, reproduzida em JC e-mail 2723, de 10/03/2005. |