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Curso ensina como cuidar de idosos Saúde e autonomia são primordiais para que a Terceira Idade viva bem. Mas, muitas vezes, a independência é interrompida por doenças típicas da velhice. É neste momento que entra em cena o cuidador de idosos. Pensando no grande número de idosos que vivem na Cidade — eles representam cerca de 16% da população, segundo a Fundação Seade — a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza, até segunda-feira, o 7º Curso de Cuidadores da Pessoa Idosa. A procura superou as expectativas. Mais de 100 pessoas se inscreveram. Outras 200 estão na fila de espera. Sueli Aparecida Ignácio Pereira tem 41 anos e um desejo: criar uma instituição para cuidar de idosos. Hoje, ela atua como cuidadora voluntária e está fazendo o curso da secretaria para aprimorar seus conhecimentos. ‘‘Eu aprendi um pouco no dia-a-dia como ajudar os idosos. Sei que é necessário ter paciência. Já aprendi a forma de dar banho, a parte de higiene e até estou colocando em prática com meu pai’’, conta. Izis Aparecida Pereira, de 35 anos, também quer trabalhar como cuidadora de idosos. Ela já é atendente de enfermagem e está no curso para se qualificar. ‘‘Agora, posso começar a me oferecer para cuidar de pessoas idosas’’. Estudo Segundo um estudo feito pela professora de Gerontologia da PUC de São Paulo e coordenadora da pós-graduação da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Ursula Karsch, 40% dos brasileiros com mais de 65 anos precisam de algum tipo de ajuda para realizar tarefas do cotidiano. Para a professora, o envelhecimento da população brasileira é muito recente e, por consequência, a figura do cuidador de idosos, também. ‘Os cuidadores de idosos geralmente são os cônjuges que estão saudáveis, ou a filha. Mas mesmo estes familiares deveriam passar pelo treinamento e fazer um curso de cuidadores’’. A incidência de doenças crônicas entre idosos cresceu na mesma proporção do aumento da longevidade da população. Os principais problemas que levam um idoso a ficar dependente de alguém, atualmente, são as doenças degenerativas, como derrame, Mal de Alzheimer, de Parkinson, demência e depressão. ‘‘Todas essas doenças têm tratamentos para que sejam amenizadas, mas não têm cura. Por este motivo, temos que abordar sempre a necessidade de o cuidador trabalhar no sentido da prevenção e, depois que a doença já existe, no da reabilitação’’. A professora trabalha com o assunto desde 1988. As pessoas no Brasil não tinham muito conhecimento do significado de cuidador de idosos e ela começou a estudar o assunto. A pesquisa resultou no livro Envelhecimento com dependência: revelando cuidadores, que já está na segunda edição. Requisitos Úrsula explica que existem três tipos de cuidadores: o doméstico, o asilar e a pessoa que quer ocupar o tempo com este trabalho. Para ser cuidador, de acordo com Ursula, a pessoa precisa ser muito paciente, ter habilidades manuais e criatividade. ‘‘A depressão na velhice é muito comum. Quem cuidar do idoso deve também ser uma pessoa incentivadora e não colocá-lo em segundo plano’’. _________________________ Fonte: Jornal A Tribuna (Santos), 12 de Março de 2005. |