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Brasil usa célula-tronco em ossos Num procedimento inédito realizado esta semana em Campinas, uma paciente recebeu um implante de osso sintético combinado a uma injeção de células-tronco adultas retiradas de sua própria medula Adauri Antunes Barbosa O osso sintético tem uma composição que permite uma alta absorção das células, levando à regeneração do tecido ósseo. De acordo com o ortopedista Everson Giriboni, do Instituto Afonso Ferreira, responsável pela cirurgia, o implante representa um grande avanço para a medicina. — Ossos artificiais já existem, mas com uma composição diferente daquela que estamos utilizando — disse. A baiana Júlia Maria da Silva Costa, de 36 anos, foi a receptora do primeiro implante, em cirurgia realizada na última terça-feira, em Campinas. Vítima de atropelamento há 15 anos, ela teve um encurtamento de nove centímetros na perna esquerda. Depois da colocação do osso artificial com maior capacidade de absorção, a paciente recebeu a injeção de células. As células formarão um novo tecido ósseo e o material sintético será absorvido pelo organismo num período de tempo que pode variar de oito a dez semanas, mesmo tempo de recuperação de uma fratura. De acordo com Giriboni, Júlia reagiu bem ao pós-operatório e possivelmente ainda hoje deverá receber alta. A cirurgia durou cinco horas e foi realizada no Centro Médico de Campinas. Uma das principais características do procedimento inédito, de acordo com a bióloga Christiane Lombello, é a composição de cerâmica do osso sintético, com porosidade que chega a 86%. É isso que faz com que a capacidade de absorção das células-tronco seja suficiente para substituir o osso perdido ou quebrado e aumentar a capacidade de regeneração dos tecidos. — Quando em contato com células ósseas, as células-tronco se transformam nesse tecido. Por isso, a recuperação do osso é de 100% — garante o ortopedista.
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