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Inflação é maior para os idosos Aposentados e pensionistas de Juiz de Fora recolhem assinaturas para aprovação de Projeto de Lei que visa equiparação de salários Renata Cristina* colaboração
O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) foi divulgado, neste mês de abril, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e revelou que a inflação para os idosos é de 226,14%, enquanto que para o restante da população é de 176,51%. Segundo o economista, Aluisio Siqueira Marques (foto ao lado), esse aumento se dá de acordo com os itens consumidos por esse tipo de público. "Planos de saúde, remédios e alimentos dietéticos têm um maior peso no orçamento dessas famílias", explica. Quem sente no bolso é a aposentada Elizabeth Alves, 69, que tem uma remuneração inferior a dois salários mínimos e é responsável por toda sua despesa mensal - luz, água, telefone, alimentação - além dos medicamentos que toma para equilibrar o colesterol e prevenir a osteoporose. "Com o aumento dos remédios no início do ano, tive que reduzir meus gastos. Os que são para prevenção, como é o caso da osteoporose passei a tomar um dia sim, outro não",diz.
A psicóloga e coordenadora de Pesquisa do Pólo Interdisciplinar na Área de Envelhecimento da UFJF, Cristiane Novaes, aponta que é cada vez mais comum o aposentado colaborar com a renda familiar ou, até mesmo, ser a única fonte de renda fixa na família. "Esta pode ser uma das razões pelo impacto nos preços produtos consumidos pelos idosos", revela o economista. Renda segura A aposentada e ex-atendente dos Correios, Vera Amaral Colluci (foto abaixo), é também a responsável pelos gastos da família. Com o filho desempregado e viúva, ela é quem garante as despesas integrais da casa. "Pago também um plano de saúde e a faculdade do meu filho". Já a pensionista, Nilva Araújo Porto (foto abaixo), sente-se privilegiada com o que ganha, no entanto mostra-se consciente com a real condição do aposentado no Brasil. "Tenho condições de arcar com todas as minhas despesas, mas sei que muitos aposentados estão deixando de lado medicamentos e alimentação saudável porque não têm recursos", diz.
Luta Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Juiz de Fora possui 10,6% de sua população composta por idosos, um percentual maior do que o estado de Minas Gerais, de 9,1%, e ao nacional, de 8,6%. Por esse motivo, a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Juiz de Fora, em parceria com as Associações de todo o país reivindicam uma redução da diferença entre o reajuste das aposentadorias do setor privado e do salário-mínimo que chega a quase 40%.
• A diferença contra os aposentados é de 39,46% • A Federação dos Aposentados destaca que no período de 1995 a 1999, apesar do certo equílibrio, já havia uma diferença acumulada de aproximadamente 20%, em função dos reajustes diferenciados de janeiro de 1993 a setembro de 1994. Fonte: Federação dos Aposentados e Pensionistas de Minas Gerais Projeto de Lei
A representante do conselho deliberativo da Associação, Dilva Araújo destaca que os aposentados devem se unir a favor de seus direitos. "Nos deixamos levar pela política privada. Aceitamos passivamente os planos de previdência, os planos de saúde, todos particulares e acabamos pagando duas vezes pelo mesmo serviço com salários reduzidos".
*Renata Cristina é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF ________________________________________
Fonte: Acessa.com, disponível em
23/04/2005. |