
Gordura
na
meia-idade
aumenta
risco
de demência
As pessoas que estão
acima do peso na meia-idade correm um risco consideravelmente maior
de desenvolver demência, segundo pesquisa de uma equipe de
cientistas de National Institutes of Health dos Estados Unidos.
De
acordo
com
esse
estudo,
as
pessoas obesas na
fase
dos 40
anos têm 74%
mais
chances
de
desenvolver
demência
do
que aquelas
com
peso
normal.
O
risco de
desenvolver essa
doença
em
obesos
de
qualquer
idade é 35%
maior,
segundo
a
pesquisa
que envolveu
mais
de 10
mil
homens e
mulheres,
em
três
décadas
de
trabalho.
Os
resultados
estão no
jornal especializado British Medical Journal (BMJ). Os
cientistas
alertam
para o
risco de a
atual
epidemia
de
obesidade
levar
a
um
grande
aumento
de
casos de
demência
no
futuro.
Acompanhamento
Para
fazer
a
pesquisa,
os
cientistas
definiram as
pessoas
obesas
como aquelas
que tivessem
índice
de
massa
corporal
(BMI, na
sigla
em
inglês)
de 30
ou
mais. As
pessoas
acima
do
peso foram
consideradas aquelas
com
um
BMI
entre
25 e 29,9.
Um BMI
normal
foi considerado
aquele
entre
18,6 e 24,9. O BMI ]e calculado a
partir
da
divisão
do
peso da
pessoa
pelo
quadrado
de
sua
altura.
Entre
1964 e 1973,
todos os participantes passaram
por
exames de
saúde
detalhados. Na
época,
eles
estavam
com
idade
entre
40 e 45
anos.
Eles foram monitorados
até
1994
para
ver
se desenvolviam
demência.
No
total, 713
participantes, 7% deles, desenvolveram
demência.
Mulheres
Segundo a
pesquisa,
as
mulheres obesas
têm
risco
200%
maior de
ter
demência
do
que
mulheres
de
peso
normal.
Entre
os
homens, os
obesos têm
risco
30%
maior.
Já
homens
e
mulheres
com as
maiores
medidas
de
dobras cutâneas –
outro
indicador
de
obesidade – têm
risco
entre
60% e 70%
maior de
ter
demência
do
que
aqueles
com
as
menores
medidas.
Segundo a
pesquisa,
a
etnia das
pessoas
não
parece
ser
importante
para
determinar
o
risco de
contrair a
doença.
Os
pesquisadores
acreditam
que
a
obesidade pode
aumentar o
risco
de
demência
por
causa
de
um
efeito
direto
sobre
o
cérebro
ou
por
sua
associação
com
outros
problemas
como
diabete e
doenças
cardiovasculares
que,
se acredita,
também podem
aumentar
as
chances de
desenvolver a
doença.
No entanto, os
cientistas avaliaram indivíduos com diabete e doenças
cardiovasculares e nenhum pareceu ter risco alterado de contrair
demência.
Perda de tecido
Na Suécia, em outro
estudo recente, os cientistas descobriram que quanto maior o BMI de
uma mulher maior o risco de que ela teria perda de tecido cerebral,
que é uma das primeiras indicações de que a pessoa vai desenvolver
demência.
Para a médica Rachel
Whimer, da equipe de médicos americanos de National Institutes of
Health, se os resultados da sua pesquisa "forem confirmados, talvez
o tratamento da obesidade possa reduzir os riscos de demência".
Segundo o professor
Clive Ballard, da Alzheimer's Society da Grã-Bretanha, "as
descobertas (dessa pesquisa) são consistentes com estudos anteriores
que mostram que fatores de risco de doenças cardíacas, como pressão
alta e colesterol elevado, também são fatores de risco de demência".
"É provável que a
associação entre obesidade e demência seja explicada pela alta
incidência desses outros fatores de risco em pessoas que estão
substancialmente acima de seu peso."
"Dado
que
o
número de
pessoas
com
demência
já
está aumentando dramaticamente
com o envelhecimento da
nossa
população,
será
extremamente
importante
minimizar
fatores
de
risco
adicionais
que
podem
ser
prevenidos,
como
obesidade".
Segundo
ele, as
evidências
indicam
que
um
estilo
de
vida
saudável
pode
reduzir
os
riscos de
demência.
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Fonte: BBCBrasil.com, 29 de
abril, 2005 |