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A conta chegou


Tatiana Csordas e Eugênio Esber*
Quem conseguir melhorar o padrão de vida depois
de se aposentar pelo INSS merece um prêmio em títulos da previdência
privada. A situação da aposentadoria pública chegou a um limite
crítico. Só este ano, estima-se um déficit superior a R$ 19 bilhões.
O governo, de pires na mão para pagar contas, decidiu empurrar a
responsabilidade para os 18 milhões de beneficiários da previdência,
que recebem em média 1,8 salário mínimo por mês.
As causas do colapso: “Aumento da expectativa de vida, queda de taxa
de natalidade, trabalho informal”, resume Antônio Lopes Cristóvam,
presidente da Bradesco Previdência. O ideal são quatro trabalhadores
na ativa para cada inativo. No Brasil, já são dois para um. O sonho
da aposentadoria tranqüila acabou. E pode virar pesadelo. Embora o
governo oficialmente negue, não são poucos os defensores de se
reduzir o teto de R$ 1.200 para até cinco salários mínimos. “Vai
haver uma corrida aos planos privados”, prevê Omar Lima Dias,
presidente executivo do GBOEX.
Jogados à própria sorte, os contribuintes vão ter de desembolsar
mais, se quiserem garantir o futuro. Além de continuar repassando
parte do salário para a previdência pública, precisarão reservar
outra fatia de sua renda para os planos privados de aposentadoria –
cerca de 12%, o percentual que pode ser deduzido do Imposto de
Renda.
Alternativas, pelo menos, não faltam. E outras estão sendo criadas
com os projetos da Previdência que estão tramitando no Congresso. “A
pessoa poderá contribuir só com o INSS, ou também com o fundo de
pensão da empresa onde trabalha, do sindicato ou com o plano de um
banco”, enumera Marlene Rainer, consultora sênior da Towers Perrin
Forster & Crosbi, que trabalha com fundos de pensão para clientes
como IBM, Novartis e Philips.
Com tanto combustível, o mercado de previdência privada, que já tem
mais R$ 100 bilhões em ativos, deve crescer muito mais. Segundo Fuad
Jorge Noman Filho, vice-presidente da Associação Nacional de
Previdência Privada, 10 milhões de brasileiros são potenciais
interessados em contribuir com os planos de previdência aberta,
geridos por bancos ou seguradoras. “Espera-se, no minímo, a
duplicação do sistema de aposentadoria complementar nos próximos
quatro a cinco anos”, projeta o secretário de Previdência
Complementar, Paulo Kliass. Também otimistas, estudos da USP,
elaborados para a Associação Brasileira de Previdência Privada (Abrapp)
indicam que os ativos dos fundos de pensão podem triplicar em dez
anos.
“Para que haja tamanha expansão, as regras precisam ser claras e o
regime tributário, condizente com aplicações de longo prazo”,
condiciona Carlos Duarte Caldas, presidente da Abrapp. Um dos
obstáculos desse mercado é definir o momento de cobrar o imposto.
Por lei, a rentabilidade dos fundos de pensão vai sendo tributada
periodicamente. Na hora do saque, o aposentado também paga imposto.
O segmento reclama de bitributação. “Queremos pagar, mas na hora
certa, que é quando o associado recebe a aposentadoria”, diz Caldas.

Noman Filho, da
Anapp:
10 milhões de clientes potenciais para os planos privados
Roberto Castro/AE
O impasse não dificultou o crescimento dos fundos
de pensão. Os planos de aposentadoria vinculados a empresas são
responsáveis por mais de 90% da previdência privada do país. A
Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, é o maior fundo de
pensão da América Latina, com ativos de mais de R$ 21 bilhões. Cerca
de 47,5 mil pessoas já recebem os benefícios da instituição. Elídia
Resula Ulerich Bomfim, 43 anos, é uma delas. Com medo da reforma,
ela decidiu se aposentar antes do tempo. Seu salário bruto como
gerente de equipe do Centro de Processamento de Dados no Banco do
Brasil, em Canoas (RS), era de R$ 2.500. Agora tem de se contentar
com cerca de R$ 700 do INSS, mais R$ 1.000 da Previ. Ruim com o
fundo de pensão, pior sem ele.

Novos
players -
Por enquanto, só participa de fundos de pensão (ou previdência
fechada) quem trabalha em empresa privada ou estatal. Mas isso está
mudando. Servidores de governos municipais, estaduais ou da União
poderão se associar a planos de aposentadoria próprios. Cerca de 700
mil funcionários estariam habilitados a ingressar nesses novos
fundos. Além de garantir complementação de renda, a medida é um
alívio para o setor público, que pode frear os gastos com inativos.
Governos como o de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina
e Pernambuco já estão se mobilizando para criar seus fundos de
pensão. “O grande perigo é que o dinheiro acabe financiando os
próprios Estados e municípios”, alerta Carlos Mussi, economista da
Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o
Caribe (Cepal).
A polêmica ronda ainda a previdência de sindicatos e associações. O
governo está abrindo a possibilidade de esses órgãos também criarem
seus fundos de pensão. A inspiração vem da Europa, principalmente da
Itália (veja quadro O mundo em reformas), e dos Estados Unidos, onde
os fundos são responsáveis por metade das ações negociadas
em
bolsa. A alternativa permite o acesso de quase 25 milhões de
brasileiros à aposentadoria complementar.
A consultora Marlene Rainer teme que os fundos sindicais não
consigam honrar seus compromissos. “Os sindicatos dependem dos
recursos dos associados, que podem se desligar, prejudicando o
patrimônio dos fundos”, justifica. “Quem paga a conta se houver
problemas? Vai acabar nas mãos dos próprios contribuintes”, ecoa
Fuad Noman Filho, da Anapp.
Para o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), as críticas fazem
parte do lobby das instituições de previdência aberta, que temem a
concorrência. “Com a opção dos sindicatos, os profissionais liberais
não vão mais precisar recorrer às grandes empresas e bancos, que
cobram caro pela administração dos fundos”, rebate.
As maiores centrais sindicais do país começam a se organizar. “A
idéia é reunir todos os sindicatos sob o guarda-chuva da CUT. Assim,
o fundo ganha mais força e segurança”, avalia Remigio Todeschini,
tesoureiro-geral da CUT. A Força Sindical também terá o seu
programa. “Mas sindicatos representativos filiados à Força poderão
criar seus próprios fundos”, conta o tesoureiro-geral, Ricardo Patah.
Quanto à gestão, as duas centrais pretendem
apostar na profissionalização, que pode até estar numa parceria com
um banco. É uma tendência. O casamento entre previdência aberta e
fechada está cada vez mais próximo. “No futuro, os fundos de pensão
vão captar as contribuições e as instituições financeiras,
administrar os recursos”, acredita a consultora Marlene Rainer.
Fatia fermentada - Embora a previdência fechada seja
responsável por quase todo o bolo da aposentadoria complementar no
país, a fatia dos planos de bancos e seguradoras é a que mais
cresce. Enquanto a arrecadação da previdência aberta aumentou 49%,
de 1997 para o ano passado, no mesmo período, o número de
participantes de fundos de pensão encolheu mais de 7%. O maior
administrador de planos de aposentadoria abertos do país é o
Bradesco, com ativos de R$ 4,5 bilhões, valor que o coloca em
segundo no ranking de previdência complementar, atrás apenas da
Previ. “São 625 mil participantes e 16 mil empresas conveniadas”,
contabiliza Antônio Lopes Cristóvam, presidente da Bradesco
Previdência.
O fermento para que esse negócio continue crescendo vem de receios
(bem justificados) de pessoas como o economista carioca Renato
Gonçalves, de 46 anos. Há seis anos, ele contribui com R$ 360 por
mês para garantir uma pensão de R$ 2.000. “A previdência social está
quebrada. Sem uma complementação de renda, no futuro, minha família
ficaria desprotegida”, acredita. “Já vi vários pais de amigos meus
precisando modificar por completo as suas vidas após a
aposentadoria”, acrescenta a matemática Patrícia Rocha, de 31 anos,
que desde o ano passado aplica R$ 132 mensais em um plano da Icatu
Hartford.
Rogério Assis/ Folha
Imagem

Todeschini, da CUT:
fundos sob o mesmo guarda-chuva para ganhar força
São incertezas como essas que vêm motivando
grandes grupos internacionais a também entrar no mercado de
previdência complementar no Brasil. Os norte-americanos AIG,que se
uniu ao Unibanco, e Hartford, que atua junto com o Icatu, confirmam
a atratividade do mercado brasileiro. Ambos estão entre as dez
maiores empresas de previdência aberta dos Estados Unidos e faturam
juntos quase R$ 8 bilhões. “A estabilidade econômica e a constatação
da falência do INSS estão ajudando a criar uma cultura de
investimentos de longo prazo”, destaca Carlos Alberto Trindade,
presidente da Icatu Hartford.
Embora vitaminados, esses programas de aposentadoria não estão
vacinados contra problemas.“Engana-se quem pensa que um plano de um
banco não pode se contaminar por outro da mesma instituição”, afirma
Antonio Fernando Gazzoni, da Gama Consultores e Associados. O
executivo diz que se uma empresa que é cliente de um produto de
previdência de um banco quebrar, outra que opere com o mesmo banco
poderá ser prejudicada, porque o bolo de contribuições ficará menor.
Mas o quem vem deixando os contribuintes de
cabelos brancos são as taxas de administração cobradas pelas
empresas de previdência aberta. “Elas acabam comendo muito do
retorno da aplicação”, alerta Ricardo Leal, coordenador do Centro de
Estudos e Pesquisas em Seguros do Instituto de Pós-Graduação em
Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O
presidente da Unibanco-AIG Previdência, Ximenes de Mello, ameniza:
‘‘Graças à concorrência, os percentuais vêm caindo. Há três anos, as
taxas variavam em torno de 10% da contribuição paga. Hoje, oscilam
entre 3% e 5%.” Mesmo assim, ainda estão altas se comparadas às
cobradas nos Estados Unidos – em geral, de menos de 1%.
Benefícios indefinidos - Além das taxas, os clientes poderão
enfrentar outro desafio: saber quanto vão receber no futuro. Isso
porque há uma tendência de que os planos sejam de contribuição
definida – informam apenas quanto a pessoa deve pagar por mês, mas
não quanto vai receber de pensão. Até agora, a lei garantia aos
contribuintes da previdência privada um retorno mínimo de 6% ao ano,
mais a variação do IGP-M. “Só numa economia distorcida como a nossa,
com taxas de juros tão elevadas, esse rendimento pode ser obtido”,
reconhece Francisco de Oliveira, economista do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea). Ao se dar conta dessa fragilidade, o
presidente da República encaminhou ao Congresso projeto instituindo
o sistema de contribuição definida.

As mudanças na legislação devem garantir também a liberdade de ir e
vir para quem está planejando a velhice. Ou seja, o contribuinte
poderá carregar sua poupança de um plano para outro. Isso vai valer
especialmente para o caso do trabalhador que se desliga da empresa
ou de um sindicato que patrocine um fundo de pensão. “O dinheiro
pode ser transferido para outro programa, levando inclusive as
contribuições do empregador”, explica Helmut Schwazer, economista do
Ipea. A alternativa não é novidade. O Plano Gerador de Benefício
Livre (PGBL) e o Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi),
criados há dois anos, já traziam essa garantia. (veja quadro O que
há por trás das siglas) “A cada seis meses, o investidor pode mudar
de administrador, sem pagar taxas”, avisa Paulo Cury, gerente de
administração de recursos do Banco Chase.
A principal inovação introduzida pelo Fapi e o PGBL é a
flexibilidade. A carteira desses planos pode estar recheada com mais
ações ou com fundos de renda fixa, o que determina se um
investimento é arrojado ou conservador.
Diante de tantas possibilidades, a grande preocupação é com
transparência. Os trabalhadores só entregarão o próprio futuro a uma
instituição se puderem acompanhar o que está acontecendo com o seu
dinheiro. “O problema é que, para o segurado, as informações ainda
são muito confusas”, percebe Milko Matijascic, pesquisador do Núcleo
de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp. No Fapi e no PGBL, a
transparência é obrigatória por lei. Os projetos recentes também
prevêem que os clientes tenham maior acesso às informações. “O ideal
é que existam extratos em centrais de atendimentos, publicação de
cotas e balanços no final do ano”, recomenda Eduardo Bom Angelo,
vice-presidente no Brasil da Cigna Previdência e Investimentos,
empresa com sede na Filadélfia, que atua em 26 países.

Arquivo

Mello, do
Unibanco-AIG:
taxas de administração estão caindo para 3% a 5%
Viúvas no vermelho -
Ainda
pairam na memória das pessoas casos de pensionistas que enfrentaram
dificuldades financeiras na aposentadoria, mesmo tendo contribuído
para um plano privado durante toda a vida. Foi o que aconteceu com
associados do Montepio da Família Militar (MFM), que entrou em
liquidação extrajudicial em 1986. “Os prospectos promocionais iludem
o futuro comprador com promessas falsas. Mostram vultosas
aposentadorias sem explicar a ilusão da ótica inflacionária”, dizia,
ainda em 1977, Rio Nogueira, diretor-presidente da Serviços Técnicos
de Estática e Atuária (STEA), um dos maiores especialistas em fundos
de pensão do país. “Referíamo-nos aos planos mirabolantes do MFM,
que não corrigiam a deterioração inflacionária das contribuições e
benefícios”, recorda, hoje, Nogueira. “Quando chegou a hora de pagar
as primeiras viúvas, a pensão possível era metade do soldo de um
coronel, ou nem isso”, recorda o coronel da reserva Omar Lima Dias,
presidente executivo do GBOEX.
Embora fosse uma criança quando esses fatos
ocorreram, Roberta Mendes da Silva, 28 anos, decidiu não arriscar. A
advogada, que tem renda mensal de R$ 2,5 mil, coloca todo mês uma
certa quantia na poupança. Já conseguiu acumular R$ 4 mil. “Tenho
medo de investir em um plano de previdência privada. Os exemplos do
passado não são positivos, e tudo no Brasil é muito desorganizado”,
avalia. “Quem garante que essas instituições ainda estarão existindo
nos próximos 30 anos?” Para Bom Angelo, da Cigna, temores como o de
Roberta já não têm tanto fundamento. “Os casos de quebras de bancos,
como o do Nacional, Bamerindus e Econômico, não prejudicaram os
clientes da previdência”, diz o executivo.
Para evitar que histórias como as dos montepios se repitam, será
obrigatória a contratação de um resseguro – uma espécie de fundo dos
fundos –, como já existe nos Estados Unidos e no Chile. “O sistema
deve garantir o patrimônio dos fundos de pensão, os direitos dos
associados e a saúde financeira da previdência”, explica o
secretário da Previdência Complementar, Paulo Kliass.
Quem não optar pelo resseguro, terá de participar de um fundo de
solvência. Para os planos abertos, a adesão é voluntária. O projeto
é polêmico. “Somos contra o resseguro ou o fundo de solvência”,
sentencia Carlos Duarte Caldas, presidente da Abrapp. Segundo ele,
um resseguro retiraria recursos das entidades bem administradas para
premiar os maus gestores. Marta de Oliveira, da Invest Tracker,
contesta: “Quanto mais medidas de segurança, mais o investidor se
sentirá seguro para entrar nesse mercado”.
Outra questão controvertida é a da criação da Agência Nacional da
Previdência Privada. O projeto ainda nem foi encaminhado ao
Congresso, mas os debates já estão acontecendo. Alguns argumentam
que a agência deve ser controlada pela Secretaria de Previdência
Complementar, por lidar com assuntos ligados à aposentadoria, ao
futuro dos cidadãos. Outros dizem que se trata de acumulação de
renda – um assunto para o Ministério da Fazenda. Para Caldas, da
Abrapp, quem deve cuidar de fundo de pensão é o Ministério da
Previdência. Já os planos abertos são negócios financeiros que devem
ser fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Renan Cepeda

Roberta da Silva:
"Quem garante que essas instituições estarão existindo daqui a 30
anos?"
De
qualquer forma, a estrutura de fiscalização terá de ser
aperfeiçoada. Na Secretaria de Previdência Complementar, cerca de 20
pessoas são responsáveis pelo controle de mais de 2 mil fundos de
pensão e mais de R$ 93 bilhões
em ativos. Com a previsão de expansão, o sistema
precisará crescer. E muito. “Pelo menos uma duplicação do quadro de
fiscais é necessária”, reconhece o secretário Kliass.
Para
que o dinheiro para o futuro seja acumulado, é preciso ter dinheiro
no presente. E este talvez seja o maior dos desafios da previdência.
Como uma pessoa pode separar uma parte de sua renda, se o dinheiro
do mês mal dá para pagar as contas? “O maior inibidor das
aposentadorias complementares não é a credibilidade, mas a pequena
capacidade de poupança dos brasileiros”, confirma Oliveira, do Ipea.
“Ninguém que esteja passando fome, ou com dificuldade de pagar o
aluguel, vai guardar parte do salário para viver melhor no futuro.”
Fábio Motta/AE

Oliveira, do Ipea:
"Ninguém que esteja passando fome vai poupar para o futuro"
Há também um choque cultural. De uma hora para
outra, centenas de milhares de pessoas que confiavam seu destino ao
INSS vão se deparar com inúmeras alternativas. É como nos
telefonemas interurbanos. A partir de julho, as pessoas terão de
discar números diferentes se quiserem optar por uma empresa de
telefonia ou por outra. O que está em jogo é a conta telefônica,
mas, no caso da previdência, está-se definindo o futuro.
As novas formas de aposentadoria exigem que o
consumidor esteja cada vez mais informado em relação ao mercado, às
mudanças econômicas. “É o trabalhador que vai precisar tomar as
decisões mais importantes”, observa Marta de Oliveira, da Invest
Tracker. “Sei que é preciso pensar no futuro, mas não consigo
poupar”, confessa o publicitário Eduardo Bethem Monteiro, 29 anos,
dono de uma renda mensal de R$ 3 mil. “Minha geração sabe que não é
possível acreditar no governo, mas ainda não assimilou a necessidade
de buscar segurança para o futuro.”
*Com Mônica Ciarelli,Carla Felten, Rejane Fernandes (Nova Iorque) e
Miriam De Paoli (Buenos Aires)
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Fonte: Revista
Amanhã. http://amanha.terra.com.br/arquivo/142/capa_01.htm |
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