Centenários estão entre as faixas etárias que
mais crescem no País

Por Maria Amélia Ximenes – pesquisadora mentora

 Esta foi a manchete do JORNAL DA CIDADE [1]no dia 11 de dezembro de 2004. O artigo, escrito por Gilmar Dias, fala de uma longevidade com possibilidades reais de vida intensa, realizações e ações capazes de manter acesa a chama da vida, a partir dos relatos daqueles que superaram a barreira dos 100 anos de existência, mantendo corpo e mente saudáveis.

Estas pessoas sugerem atitudes simples e corriqueiras, como fazer crochê, cuidar diariamente das plantas do jardim, fazer atividades de auto-cuidado sem ajuda, levantar cedo, dançar... Ensinam que o caminho da longevidade passa obrigatoriamente pela intensidade da relação com a vida: viver bem a cada batida do coração.

As falas dos idosos confirmam: “nessa época de trabalho duro, sempre levantava às 4 horas e só voltava da roça depois de escurecer” (trabalhou muito até os 80 anos), “nunca briguei com ninguém, sempre vivi de bem com a vida”... Dizer que come de tudo sem restrições, detesta cigarro, bebidas alcoólicas, comer com pouco sal, deitar e acordar cedo, evitar comidas salgadas e azedas, são algumas dicas. Porém reviver com saudades os bons tempos vividos atesta a importância de se viver cada momento, mesmo que estes, muitas vezes, tenham sido difíceis: “na mata não havia o que comer, era água de coco e depois o coco, um por dia bastava”, “sobrevivi” diz a idosa de 120 anos.    

O autor do artigo, baseado nos números do último censo realizado pelo IBGE, ainda comenta que em Bauru existem 47 pessoas que superaram a marca de um século de vida e, nos lembra, que estes centenários estão entre os grupos populacionais que mais crescem no país, já que está previsto para 2050 que 2,2 milhões de brasileiros atinjam os 100 anos. Esclarece que em 2000 eram apenas 24.576 mil pessoas nessa faixa etária no país. Estas informações nos fazem refletir: o que estamos fazendo para nos adaptarmos a essa nova realidade?