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Por Adriana Freitas No país em que dentadura virou ícone de promessa política, muitas vezes as mazelas começam pela boca. Pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz revela que 26 milhões de brasileiros - 14,4% da população - já perderam todos os dentes. Entre as mulheres de baixa renda com mais de 50 anos, os números ganham contornos ainda mais preocupantes e atingem 55,9%. O estudo, divulgado nesta terça-feira, integra a Pesquisa Mundial de Saúde, desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Até a arcada dentária do brasileiro reflete a desigualdade que se arrasta há anos no país. Entre os entrevistados considerados carentes - com até três bens -, 17,5% são desdentados. Na parcela mais rica, a estatística cai para 5,9%. Ligada à Fiocruz, a coordenadora da pesquisa, Célia Landmann Szwarcwald, ressalta que as informações servem de base para orientar futuras políticas de saúde no Brasil.
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De janeiro a setembro, cinco mil
famílias de todas as regiões brasileiras e de todas as classes
sociais responderam ao questionário da Fiocruz. Entre os cidadãos de
baixa renda, o que mais pesa no bolso são os medicamentos,
representando 61% das despesas com saúde. Entre os mais ricos, o
maior gasto é com planos de saúde (39%). A saúde, que nem sempre vai
bem, consome 19% da renda média domiciliar mensal do brasileiro.
A obesidade é mais comum entre as
mulheres, principalmente a partir dos 35. A porcentagem de pessoas
abaixo do peso é de apenas 5%. O fumo é hábito mais freqüente entre
os homens - sobretudo os de classes menos favorecidas. Neste caso, o
percentual chega a atingir 33% a partir dos 35 anos. Para ambos os
sexos, as proporções de fumantes são menores entre jovens, o que
pode ser um indício de diminuição do hábito de fumar na população
brasileira. Assim como o tabagismo, o hábito da bebida alcoólica
predomina entre os homens: 25% relataram ter consumido cinco doses
ou mais de álcool na semana que antecedeu a entrevista.
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