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Mais da metade dos federais têm entre 41 e 50 anos Governo estima "aposentadoria em massa" para 2006; concursos periódicos devem arejar quadros O serviço público do poder Executivo envelheceu. Dados do Ministério do Planejamento mostram que, pela primeira vez desde 1996, a faixa etária entre 41 e 50 anos passou a representar mais da metade dos concursados que atuam na administração federal. Em novembro de 2003, 72% dos servidores da administração direta (incluindo autarquias e fundações, mas sem contar Banco Central e Ministério Público) na ativa tinham mais de 40 anos. Comparado com dados de 1996, o índice subiu 16 pontos percentuais. Mais experiência, menos juventude. A faixa de funcionários do Executivo federal com até 40 anos despencou de 43,9% do total em 1996 para 28,3% em 2003. Regina Luna, diretora de análise e monitoramento de força de trabalho do Ministério do Planejamento, confirma que o perfil do servidor público vem mudando gradualmente, e sua idade média, aumentando. Para ela, isso pode ser um fenômeno positivo. "Principalmente nos cargos mais elevados, é importante contar com pessoas experientes", afirma. Segundo ela, a medida torna a carreira pública "mais democrática", pois acolhe tanto profissionais mais velhos como jovens e mulheres -todos em igualdade de condições. Mas a explicação para esse envelhecimento do servidor pode estar no mercado de trabalho, hoje fechado para quem passou dos 40.
O
economista Silas Toledo, 43, faz parte do grupo dos que prestaram
concurso tardiamente. "Queria trabalhar na administração direta e
aprofundar meus estudos em administração pública." Ele passou
recentemente em concurso para gestor de políticas e planejamento
público. O envelhecimento do funcionalismo pode trazer problemas a longo prazo, afirma o professor de economia da PUC-SP Nelson Marconi, ex-diretor de carreiras e remuneração do Ministério do Planejamento. "Com funcionários de diferentes faixas etárias você permite uma oxigenação dos quadros e evita desfalques no caso de um grupo envelhecer e correr para a aposentadoria." O Planejamento atualmente reconhece que a possibilidade existe. A previsão é que a partir de 2006 haja uma onda de aposentadorias no Executivo. "Estamos planejando um calendário de contratação para suprir essas vagas", diz Luna. Segundo ela, a reposição será progressiva, com pequenos concursos espaçados. Contratações periódicas serão adotadas para evitar que o problema se repita. "O objetivo é ter funcionários de diferentes faixas etárias atuando em conjunto." (RAP)
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/empregos/ce0205200403.htm |
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